domingo, 8 de novembro de 2009

Olá!
Não sei muito bem como hei-de fazer isto, uma vez que já não escrevo há tanto tempo... Vou tentar fazer um "agiornamento"sintético.Cá vai, então...

Atropelamento
Não posso deixar de registar a des(a)ventura da Via della Congiliazione, embora a notícia, como todas aquelas menos boas, já tenha concerteza corrido. Há coisa de duas semanas, quando ía a caminho para encontrar o tio Zé Aparecido à porta do trabalho dele, junto ao Vaticano, fui interrompida por uma mota que me mandou ao chão na passadeira.Fui com um galo grande na cabeça para o Hospital do Santo Espírito, mas não tinha nada de mais... Foi só um susto, de que ainda ostento uns vestígios (andei duas semanas com os dois olhos negros, parecida com um panda gigante;agora a metamorfose para ser humano já vai bastante avançada). Não posso deixar também de partilhar como foi bom ter o tio Zé Aparecido e a Dona Marina para tomarem conta de mim na altura!Foi verdadeiramente como estar em casa, e fui concerteza mais mimada do que seria se lá estivesse, eh eh.
Bem, já posso dizer que fui atropelada em Roma,sempre é uma história para contar aos netos.=)

Nápoles e Pompeia(em duas penadas, porque se me ponho a escrever sobre isto não paro mais)
 Nápoles
No fim de semana passado, a convite do Miguel e da Sofia acompanhei-os numa viagem a Nápoles.Chegámos na sexta feira a meio do dia. O tempo que tinhamos não era muito, porque agora anoitece muito cedo, mas conseguimos dar ainda uma volta pelo centro da cidade e ir ao porto espreitar o mar. Estivémos na Piazza del Gesú e entrámos na Igreja com o mesmo nome.Esta oferece um espetáculo singular, quer pela fachada do sec XV monumental e toda "aos bicos", como a Casa dos Bicos em Lisboa, quer pelo interior, com as paredes todas de mármore colorido e o tecto, enorme, todo coberto de pequenas pinturas representado inúmeras cenas, que não poderia identificar nem que estivesse ali horas!
Foi belo voltar a ver o mar,povoado de barcos de todos os tamanhos e feitios e invadido em certo ponto pelo famoso Castelo do Ovo.
Na memória fica também a Piazza del Plebiscito, que alberga uma réplica do Panteão e é emoldurada por uma colunata que evoca claramente a de São Pedro.
Além de uma viagem de autocarro à volta do centro, que decidimos fazer pensando que, tendo anoitecido e tendo a cidade a fama de ser perigosa, era a melhor maneira de conhecer um pouco mais e de ter um panorama geral de Nápoles, não vimos mais nada nesse dia.
Só no Sábado à noite e Domingo de manhã voltámos a explorar e a visitar alguma coisa da cidade: a praça e a igreja de São Domenico Maggiore e a capella de São Severo.Aquela primeira é uma igreja gótica, que contém no entanto os traços deixados por todas as épocas posteriores;verdadeiras preciosidades são o Cristo do sec XIII que se diz que "falou a São Tomás de Aquino", e uma capela com uns frescos da mesma altura. A segunda é uma pequena capella, construída por uma família nobre entre os Secs XVI e XVIII, e que é famosa sobretudo por causa das várias estátuas que constituem toda a sua decoração:de entre elas, sobretudo a Pudicizia e o Cristo velato, que conseguem maravilhosamente o efeito de um véu transparente sobre o corpo, valem de facto a pena.
Deixei a cidade com a certeza de que ficara tudo por ver. Pude apenas "espreitar" os tesouros que ela esconde.E digo "esconde" porque a cidade,com as suas ruas e becos escuros,paredes grafitadas e montanhas de lixo que quase nos barram o caminho ao virar da esquina, tem a graça do efeito-surpresa e também a do contraste, quando viela-sim-viela-não se nos depara a bela fachada de uma igreja,uma torre antiga adornada de hera, ou uma longa rua repleta de deliciosos Presépios (arte típica local) em exposição para venda. Confusão, sujidade,arte, história, estendais de roupa nas janelas, casas encavalitadas debruçadas sobre o porto,um castelo que entra no mar...Há de facto uma magia de Nápoles,como repetia o Miguel.Um dia, pode ser que volte!...

Pompeia  (nesse mesmo sábado)
Desta feita perdi-me um dia inteiro pelas ruas, casa, jardins, edifícios públicos de uma cidade que já não é; mas que nos deixa perceber com incrível clareza e detalhe aquilo que foi. Os pedaços tristes que o Vesúvio e o tempo deixaram, vistos em conjunto,com a ajuda de um livro e da imaginação, desvelam-nos o antigo esplendor e vida da cidade.Nunca tinha estado num sítio que falasse tão alto do passado!Que pudesse mostrar tanto da vida dos que viveram muito antes de nós; deste mundo romano tão distante no tempo, tão diferente, mas sobre o qual se construiu o nosso. De repente está próximo, de repente a História é real e não existe só nos livros.
Que bela cidade não teria sido Pompeia! Erguida junto à costa e ladeada de montanhas recebe a frescura do mar e do verde. Quando começamos a descobrir a cidade, primeiro "ás apalpadelas", não vendo mais do que um campo imenso de ruínas, depois começando a percebê-la cada vez melhor, encontramos...
...numerosas villas_ casas de campo de ricos patrícios_ com paredes frescadas,jardins interiores, altas colunas pintadas, mosaicos, e as habituais fontes ornadas de estátuas;
...templos,alguns em impressionante estado de conservação;
...grandes Palestras onde facilmente imaginamos os antigos habitantes a dedicar-e ao desporto
...simples habitações,de dimensões menores, ao longo de ruas inteiras.
...O imponente fórum,onde distinguimos claramente dois templos, um mercado,a sede de uma corporação de fabricantes de tecidos, os vários edifícios públicos e a enorme basílica, sede de administração de justiça.
...cemitérios, lojas, dois teatros, um grande anfiteatro, o campo de treino dos gladiadores, e tantas coisas!
E, claro, os muito falados fósseis das vítimas da erupção.Descobrimos quase por acaso uns "especimens" atrás de um muro, num sítio onde não estão à vista do público que passa.Deitados em leitos, na posição em que se encontravam no momento da catástrofe, provavelmente a dormir...Em posições naturais, como as nossas quando dormimos, são como as estátuas mais bem conseguidas em realismo que alguma vez se houvesse esculpido.Iguais a nós; de um tempo tão diferente, de um mundo tão diferente, e de vidas há tanto extintas.Tornam o passado real e tornam real que um dia o seremos_ passado.
Abandonei a cidade antiga com os olhos cheios de coisas bonitas e mais consciente de como é enriquecedor e gratificante conhecer aquilo que foi antes de nós...e também um pouco mais irritada com as minhas graves lacunas de história.
Pompeia não se esquece, é um vestígio indelével...=)

Bem,e eu queria ser sintética.Com tanto parlapiê provavelmente inútil, são 3 da manhã. Devo dormire... A domani!Desculpem lá a verborreia, se é que tiveram paciência para chegar a este ponto.

Beatriz
 PS: obrigado Leonooor! Isto assim dá outro gosto!É que foi ela que apôs estas coisas bonitas no Blog! Não,malta, não descobri um talento oculto para informática, lamento desiludir-vos...tinha que estar bem oculto,mesmo...=)

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