segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Sexta feira, dia 6 de Novembro,
Jantar com a Catarina e concerto de piano e violino em Santo António dos portugueses a seguir. É stata una bela serata! A Catarina, não sei se já falei dela, é uma rapariga que está a estudar Direito Canónico cá em Roma e que também vive na Pietro Coletta.

Sábado,dia 7
Levanto-me ás 6 menos um quarto da manhã para partir ás 7 para uma peregrinação de todos os Universitários de Roma e Abruzzo ao Santuário de San Gabrielle della Adolorata. Inscrevi-me na residência da Alice e fui no autocarro delas.No grupo íam também as duas Paulines e a Doris, uma suíça que está a fazer filosofia numa Pontifícia.Agora estamos todas no côro interuniversitário _eu, a Alice, a Pauline e a Doris. As "Irmãs" de casa da Alice (são leigas consagradas,por isso as aspas) eram simpaticíssimas e souberam criar uma ambiente engraçado.
O sítio do Santuário é lindíssimo, no meio de montanhas e picos nevados, e estava povoado por uma verdadeira multidão!De estudantes, padres e freiras... Sem dar grandes pormenores, foi muito bom sentir-me em comunidade, rezar em conjunto_apesar das foleiradas pastorais italianas que rivalizam com as brazileiras e metem as portuguesas num saco_ e aproveitar o convívio destas pessoas. Gostei também de conhecer a figura do Santo jovem Passionista (também não conhecia esta ordem) que morreu com 24 anos e é padroeiro dos jovens italianos. Foi também bom ter tido oportunidade de falar mais com a Doris,de quem só sabia o nome.

Domingo
À tarde a Missa em Santo António e o Magusto a seguir. Encontrei o Padre Zé Frazão que foi celebrar e ficou para o Magusto, mais o Santana e outro jesuíta chamado Marco que eu não conhecia.
Depois das castanhas e do caldo verde ainda fui para Trastevere à procura de um restaurante que não fazia a mínima ideia de onde era, para festejar os anos da Pauline. Depois de umas reviravoltas lá achei a coisa.Conheci mais um punhado de franceses, mais as italianas com quem a Pauline vive.

A comunicação é ainda rudimentar, é algo que avança por pequenas etapas...Irrita tanto não poder meter uma língua nova de um vez na cabeça!Um dia hão-de inventar um dispositivo de tradução automática para pôr no cérebro.Hein?Isso é que era.Enfim,é preciso ter paciência. E estudar!

domingo, 8 de novembro de 2009

Olá!
Não sei muito bem como hei-de fazer isto, uma vez que já não escrevo há tanto tempo... Vou tentar fazer um "agiornamento"sintético.Cá vai, então...

Atropelamento
Não posso deixar de registar a des(a)ventura da Via della Congiliazione, embora a notícia, como todas aquelas menos boas, já tenha concerteza corrido. Há coisa de duas semanas, quando ía a caminho para encontrar o tio Zé Aparecido à porta do trabalho dele, junto ao Vaticano, fui interrompida por uma mota que me mandou ao chão na passadeira.Fui com um galo grande na cabeça para o Hospital do Santo Espírito, mas não tinha nada de mais... Foi só um susto, de que ainda ostento uns vestígios (andei duas semanas com os dois olhos negros, parecida com um panda gigante;agora a metamorfose para ser humano já vai bastante avançada). Não posso deixar também de partilhar como foi bom ter o tio Zé Aparecido e a Dona Marina para tomarem conta de mim na altura!Foi verdadeiramente como estar em casa, e fui concerteza mais mimada do que seria se lá estivesse, eh eh.
Bem, já posso dizer que fui atropelada em Roma,sempre é uma história para contar aos netos.=)

Nápoles e Pompeia(em duas penadas, porque se me ponho a escrever sobre isto não paro mais)
 Nápoles
No fim de semana passado, a convite do Miguel e da Sofia acompanhei-os numa viagem a Nápoles.Chegámos na sexta feira a meio do dia. O tempo que tinhamos não era muito, porque agora anoitece muito cedo, mas conseguimos dar ainda uma volta pelo centro da cidade e ir ao porto espreitar o mar. Estivémos na Piazza del Gesú e entrámos na Igreja com o mesmo nome.Esta oferece um espetáculo singular, quer pela fachada do sec XV monumental e toda "aos bicos", como a Casa dos Bicos em Lisboa, quer pelo interior, com as paredes todas de mármore colorido e o tecto, enorme, todo coberto de pequenas pinturas representado inúmeras cenas, que não poderia identificar nem que estivesse ali horas!
Foi belo voltar a ver o mar,povoado de barcos de todos os tamanhos e feitios e invadido em certo ponto pelo famoso Castelo do Ovo.
Na memória fica também a Piazza del Plebiscito, que alberga uma réplica do Panteão e é emoldurada por uma colunata que evoca claramente a de São Pedro.
Além de uma viagem de autocarro à volta do centro, que decidimos fazer pensando que, tendo anoitecido e tendo a cidade a fama de ser perigosa, era a melhor maneira de conhecer um pouco mais e de ter um panorama geral de Nápoles, não vimos mais nada nesse dia.
Só no Sábado à noite e Domingo de manhã voltámos a explorar e a visitar alguma coisa da cidade: a praça e a igreja de São Domenico Maggiore e a capella de São Severo.Aquela primeira é uma igreja gótica, que contém no entanto os traços deixados por todas as épocas posteriores;verdadeiras preciosidades são o Cristo do sec XIII que se diz que "falou a São Tomás de Aquino", e uma capela com uns frescos da mesma altura. A segunda é uma pequena capella, construída por uma família nobre entre os Secs XVI e XVIII, e que é famosa sobretudo por causa das várias estátuas que constituem toda a sua decoração:de entre elas, sobretudo a Pudicizia e o Cristo velato, que conseguem maravilhosamente o efeito de um véu transparente sobre o corpo, valem de facto a pena.
Deixei a cidade com a certeza de que ficara tudo por ver. Pude apenas "espreitar" os tesouros que ela esconde.E digo "esconde" porque a cidade,com as suas ruas e becos escuros,paredes grafitadas e montanhas de lixo que quase nos barram o caminho ao virar da esquina, tem a graça do efeito-surpresa e também a do contraste, quando viela-sim-viela-não se nos depara a bela fachada de uma igreja,uma torre antiga adornada de hera, ou uma longa rua repleta de deliciosos Presépios (arte típica local) em exposição para venda. Confusão, sujidade,arte, história, estendais de roupa nas janelas, casas encavalitadas debruçadas sobre o porto,um castelo que entra no mar...Há de facto uma magia de Nápoles,como repetia o Miguel.Um dia, pode ser que volte!...

Pompeia  (nesse mesmo sábado)
Desta feita perdi-me um dia inteiro pelas ruas, casa, jardins, edifícios públicos de uma cidade que já não é; mas que nos deixa perceber com incrível clareza e detalhe aquilo que foi. Os pedaços tristes que o Vesúvio e o tempo deixaram, vistos em conjunto,com a ajuda de um livro e da imaginação, desvelam-nos o antigo esplendor e vida da cidade.Nunca tinha estado num sítio que falasse tão alto do passado!Que pudesse mostrar tanto da vida dos que viveram muito antes de nós; deste mundo romano tão distante no tempo, tão diferente, mas sobre o qual se construiu o nosso. De repente está próximo, de repente a História é real e não existe só nos livros.
Que bela cidade não teria sido Pompeia! Erguida junto à costa e ladeada de montanhas recebe a frescura do mar e do verde. Quando começamos a descobrir a cidade, primeiro "ás apalpadelas", não vendo mais do que um campo imenso de ruínas, depois começando a percebê-la cada vez melhor, encontramos...
...numerosas villas_ casas de campo de ricos patrícios_ com paredes frescadas,jardins interiores, altas colunas pintadas, mosaicos, e as habituais fontes ornadas de estátuas;
...templos,alguns em impressionante estado de conservação;
...grandes Palestras onde facilmente imaginamos os antigos habitantes a dedicar-e ao desporto
...simples habitações,de dimensões menores, ao longo de ruas inteiras.
...O imponente fórum,onde distinguimos claramente dois templos, um mercado,a sede de uma corporação de fabricantes de tecidos, os vários edifícios públicos e a enorme basílica, sede de administração de justiça.
...cemitérios, lojas, dois teatros, um grande anfiteatro, o campo de treino dos gladiadores, e tantas coisas!
E, claro, os muito falados fósseis das vítimas da erupção.Descobrimos quase por acaso uns "especimens" atrás de um muro, num sítio onde não estão à vista do público que passa.Deitados em leitos, na posição em que se encontravam no momento da catástrofe, provavelmente a dormir...Em posições naturais, como as nossas quando dormimos, são como as estátuas mais bem conseguidas em realismo que alguma vez se houvesse esculpido.Iguais a nós; de um tempo tão diferente, de um mundo tão diferente, e de vidas há tanto extintas.Tornam o passado real e tornam real que um dia o seremos_ passado.
Abandonei a cidade antiga com os olhos cheios de coisas bonitas e mais consciente de como é enriquecedor e gratificante conhecer aquilo que foi antes de nós...e também um pouco mais irritada com as minhas graves lacunas de história.
Pompeia não se esquece, é um vestígio indelével...=)

Bem,e eu queria ser sintética.Com tanto parlapiê provavelmente inútil, são 3 da manhã. Devo dormire... A domani!Desculpem lá a verborreia, se é que tiveram paciência para chegar a este ponto.

Beatriz
 PS: obrigado Leonooor! Isto assim dá outro gosto!É que foi ela que apôs estas coisas bonitas no Blog! Não,malta, não descobri um talento oculto para informática, lamento desiludir-vos...tinha que estar bem oculto,mesmo...=)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Olá, desde a última vez!
Já ridiculamente repetitiva peço desculpa pelo silêncio prolongado desde as últimas notícias.Enfim, antes tarde que nunca ...
Deixo aqui um breve relato dos últimos acontecimentos.
Na sexta-feira passada o Padre Zé Aparecido e eu fomos jantar a casa da Bruna e do Salvador; foi um serão muito agradável em que pude conhecer melhor as "personagens" de quem ouço falar há anos, sentir-me mais em família, rir-me com  as "ofensas" da Bruna e os picanços do tio Zé Aparecido... e falar italiano!
No Sábado à tarde foi o grande momento do concerto de piano com o Papa no auditório Paulo VI. Eu, a Salomé e a Coqui (uma erasmus espanhola de Direito que vive na residência da Lomi ) atrasámo-nos, à boa maneira portuguesa, fartámo-nos de correr para chegar a tempo e quase ficávamos cá fora, porque os guardas fecharam as portas 5 miutos antes da hora do concerto.Tivemos a sorte de estar um grande grupo de pessoas na mesma situação, o que fez os Guardas Suíços ceder  e abrir as portas para nos deixar entrar..."Che fortuna!", repetimos trinta vezes, e a Coqui comentou que o que se diz dos portugueses serem tão sortudos como baldas se confirma...
Foi sublime o concerto: sublime o programa (que era uma viagem cronológica por "pontos chave" da História da música), a execução, os instrumentos, que eram vários,antigos e preciosos. Mas sobretudo( e vou dizer o óbvio ) tornou a música especial a presença do Papa e o motivo do concerto, que era honrá-lo; claro que a ouvimos de maneira diferente por a estarmos a ouvir com ele, e se, como disse o Sto Padre no fim aos presentes, "a música pode suscitar oração", esta suscitou certamente uma, por ele e pela igreja, pela missão que desempenha.
 Enfim, quando saímos do auditório levávamos as três um sorriso de orelha a orelha.
 Daí fomos jantar juntas a um sítio próximo e esteve-se muito bem; entre italiano, portunhol e gestos formaram-se belas conversas. Na mesma noite ainda fui cumprimentar a mãe do tio Zé Aparecido, que tinha chegado nesse dia, e depois de um serãozinho ainda me mostraram, a caminho de casa, um pequeno segredo, desses pequenos e maravilhosos que só conhece quem já é bem aparentado com a cidade: o buraco de um fechadura, de uma porta algures na zona de Celio, revela a quem faz a marotice de espreitar uma visão única da Basílica de São Pedro, a brilhar pequenina na noite para lá do rio, emoldurada pelo corredor de árvores que existe do outro lado da porta.Enfim,não dá para explicar bem, é preciso ver.

Domingo cedo, fui para a estação de Termini para apanhar o comboio para Perugia com a Lomi e a Coqui mais duas raparigas, a Ana Carlota, erasmus espanhola, e a Mónica, Italiana da Sicília.Tirando a parte de que eu ía ficando em terra porque tive que voltar pra trás para ir a casa buscar o bilhete de que me tinha esquecido (sem comentários, avante e tirem esse sorriso sarcástico da cara), foi um dia muito bom. Perugia é um cidade medieval a 2h de comboio de Roma muito bonita e que vale a pena visitar...E que este fim de semana albergava a maior feira de chocolate da europa. Que delícias por lá havia! Mas não, nós não passámos o dia a comer chocolate e a desprezar a beleza da cidade, deu para fazer as duas coisas. =)

Quando regressámos a Roma, á noite, eu fui a uma missa... cantada e com o ordinário todo cantado em gregoriano!Que bem que me soube.Agora já sei onde é.
Bem, já devem estar fartinhos de ler. Mas pelo menos agora estão mais actualizados.Quando é que eu me convenço que isto é mais fácil se for diário?
O sono já pesa e amanhã de manhã tenho a primeira aula de Introdução ao Direito Italiano; já com professores a sério; vamos lá ver se os percebo! Por ora, descanso. Buona notte!
Beatriz

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Cá vai mais um post.Vou fazendo tentativas de dar isto alguma forma...
O serão a que me referia na última entrada foi um magnífico concerto de órgão do Giampaolo di Rosa em Aprilia, seguido de um jantar requintado com umas companhias muito privilegiadas!Estive presa à música como não é habitual conseguir...Talvez por isso, pareceu-me que nunca tinha ouvido o G. tocar assim. A desafiar a natureza como quem brinca. O repertório era belíssimo_ Bach, C Frank, Mendelson, Widor... e uma improvização absolutamente inspirada sobre o tema do Avé de Fátima que fez a igreja rebentar de aplausos.

Ontem foi a minha primeira aula aqui em Roma! Quase um mês depois de ter chegado, já viram as pressas destes tipos?!!(sim, estava a ser irónica_ clarifico, para não deixar passar a oportunidade de mandar uma das private-jokes que fazem a identidade colectiva deste nosso RETU 14,vulgo, cá de casa). Bem, e foi só uma modesta aula de italiano para estrangeiros.Leve, com joguinhos e tal; não vá o pessoal cansar-se!
Fora de brincadeira, foi um alívio começar a ter aulas de italiano.Mesmo psicologicamente, para me pôr na predisposição certa para começar a estudar com afinco e a falar, foi importante_ agora depende de mim.Ainda por cima tive bastante sorte com a turma e com a professora: com a turma porque tem malta que já fala alguma coisa e que por isso me puxa para cima; com a professora porque está a preparar aulas capazes de nos porem a falar, e não a saber preencher espaços correctamente.
Óptimo também (mas a isso já não chamo só sorte) foi conhecer nesta turma a Alice, um francesa muito simpática e que parece ser mesmo fixe! Na terça feira vai levar-me com ela ao grupo de voluntariado e oração em que se meteu cá...mesmo aquilo de que eu andava à procura.
Ontem também, fui pela primeira vez ao Coro Interuniversitario:o ambiente é informal e foi bastante acolhedor (para os padrões de Itália). Voltarei com certeza!
Quando cheguei a casa passei uma hora com a Leonor e Cecília no Skype,... foi óptimo!! Mas deixou as saudades mais à flor da pele...
Despeço-me por ora, com promessas de um maior regularidade.
Bea

sábado, 10 de outubro de 2009

Está no fim a minha terceira semana em Roma.Finalmente começo a sentir a poeira a assentar e as coisas a ganharem contornos mais precisos: sei melhor o que me espera na faculdade, definem-se melhor as relações com as pessoas cá de casa e com outras que vou encontrando, desenham-se perspectivas de como vou aproveitar e encher este tempo... Quando cheguei era ainda tudo desconhecido, incógnito ou no mínimo dúbio; era forçoso andar, mas não fazia ideia de onde me levaria cada passo.Agora já há um pouco de chão desbravado,mas não desapareceu, claro, essa incerteza que é no fundo o sabor da aventura; e que, se causa medo, guarda também uma maravilhosa sensação de liberdade, se aquele não nos paralisa: ninguém faz os meus passos se eu não os der. Ao mesmo tempo que se perde a pretensão de controlar tudo e se fica, simultaneamente, mais capaz e mais pequenino nas mãos de Deus.

Ainda não começaram as minhas aulas, mas na próxima quarta feira começa o meu curso de iataliano.E já tarda!Quero estudar bastante para recuperar o tempo perdido; isto de morar com portugueses de não ter ainda aulas para poder falar com italianos tem tornado mais difícil do que eu esperava o desenferrujar da língua... Dali a poucos dias haverá também uma reunião de erasmus de Direito da Sapienza para nos podermos conhecer e se esclarecerem dúvidas, que não devem ser poucas, sobre como vai funcionar a nossa avaliação.
Entretanto, fui outro dia ao Acolhimento da Capela Universitária, que é uma espécie de Centro Universitário movido por Jesuitas, que têm uma Comunidade dentro da própria cidade universitária.Como o ano académico começa aqui bem mais tarde (como já se percebeu), ainda não começaram as actividades nem têm o plano anual definido, mas fui muito bem recebida por uma rapariga muito simpática que me falou dos tipos de actividades e grupos que existem.
Na próxima quarta feira vou ver se me encho de coragem para aparecer num ensaio do Coro Interuniversitario que vi anunciado em vários cartazes lá na faculdade.Pelo que percebi é um coro de música sacra do vicariato de Roma.

Ontem, sexta-feira, tive um serão fantástico, mas acho que vou contar isso no próximo post (é uma maneira de em obrigar a escrever brevemente), porque combinei ir agora de tarde passear, embora ainda não saiba bem o que vou ver, e nessa altura direi também mais coisas sobre estas duas últimas semanas.
Até breve, prometo!

Bea

domingo, 27 de setembro de 2009

Sim,este post já cá devia ter aparecido há muito tempo.Mas sabem, esta cidade engole-nos misteriosamente as horas do dia; acho que é de tantas coisas que há para ver e para fazer e sobretudo de tão grandes as distâncias que temos de percorrer para chegar de um sítio ao outro.E depois há outra coisa, é que eu quando ponho os dedos sobre o teclado para escrever alguma coisa nunca sei exactamente onde começar, o que contar e o que deixar ignorado, visto que o comboio já está a andar há algum tempo, já passou por algumas paisagens e podemos olhar por muitas janelas diferentes...
Depois de tanta hesitação, optei hoje por não deixar o blog inútil por mais tempo, mesmo não sendo possível o grau de desenvolvimento e detalhe que gostaria de alcançar, e contar apenas um pouco do que foi este fim de semana! Ontem, Sábado, dia 26 de Setembro, saí de casa para me encontrar em Termini com a Salomé e com o Miguel, que é um estudante erasmus de clásicas de Coimbra, porque alguém tinha ouvido dizer que os museus da cidade teriam neste dia entrada gratuita, e por improvável que fosse, resolvemos ir tentar a sorte, e confirmar ou desenganarmo-nos...Rapidamente percebemos que o boato era meio verdadeiro:podiamos entrar de graça em todos os museus estatais da cidade. Como começámos tarde, a Salomé teve que se ir embora para almoçar na residência ainda mal tinhamos visto o primeiro museu, que foi o da Cripta de Balbo. Seguimos depois, atrás de uma dica do tio Isaías, para o museu do Palazzo Altemps, onde estivemos perdidos sem olhar a horas a vaguear pelas belas salas de tectos pintados povoadas por brancas figuras de mármore. Umas rígidas,de dimensões monumentais, outras humanas de tão proporcionais e "flexíveis"... O mais giro foi que o Miguel deve saber quase tudo o que há para saber de mitos e de deuses, e mesmo da história de Roma Antiga, por isso quase de cada vez que parávamos diante de uma estátua havia uma pergunta da Beatriz e uma história como resposta, o que tornou tudo muito mais interessante. Seguiu-se o Castelo de Sant' Ângelo (com várias Igrejas pelo meio, que a gente pelo caminho, de cada vez que encontrava uma, entrava). O que de mais notável tem esta visita ao Castelo Sant'Ângelo é sem dúvida a vista que oferece sobre Roma, cada vez mais abrangente e espectacular á medida que se vai subindo e espreitando por janelas até ao terraço, donde podemos então espraiar o olhar pela "cidade salpicada de cúpulas", como disse o Miguel, e demorar-nos a admirar São Pedro no seu coração.
Hoje, Domingo _ não, ainda não foi desta que fui ver o Papa; fui a Porta Portese com os meus colegas de casa para comprarmos algumas coisas de que precisávamos. Chiii! Aquilo nunca mais acaba! E tem de tudo,tudo,desde coisas comuns e muito úteis até ás mais insólitas, como uma máquina fotográfica que dá para revelar a foto instantaneamente, livros antigos, partituras velhas a desfazerem-se, tigelas tibetanas que fazem música, discos de cantores que ninguem conhece, violinos,clarinetes e trompetes em segunda mão,e tudo o que vos possa passar pela cabeça.
Á tarde, Missa em Santo António dos Portugueses.Quando acabou, a Senhora Sipriana pagou-me um gelado no Gioliti, que estava apinhadíssimo de gente.Lá estive com ela, mais a senhora Engrácia e dois seminaristas (pelo menos pareceram-me), antes de entrarmos para o concerto do Giampaolo Di Rosa. O concerto foi só de improvizações.Uma hora de profundo deleite, com aquele Òrgão a impor-se no espaço, nos ouvidos, no pensamento.Os erasmus portugueses de alojados por Sto António foram todos assistir, por isso voltámos juntos para casa, passando pela F Fontana di Trevi;melhor maneira de acabar o fim de semana não haveria.
Com inveja? Não pretendia!...

sábado, 19 de setembro de 2009

Querida família, queridos amigos! Este post serve apenas para apresentar o blog:Chegadas a Roma para começar um semestre de Erasmus decidimos (a Salomé e a Bea) que era uma óptima maneira de fazer chegar aos nossos que ficaram desse lado o que vamos vivendo aqui, e de fazê-lo diariamente (bem, pelo menos tendencialmente diariamente). É que, embora fosse mil vezes preferível a comunicação com cada um a esta comunicação geral, essa só é praticável com uma menor frequência... Assim, mandando notícias regularmente e na esperança de que nos vão seguindo, sempre havemos de sentir que acompanham mais o nosso dia a dia, ainda que a 2400 km de distância. Ora uma, ora outra, ora em nome próprio, ora em nome das duas, vamos procurar trazer para aqui novidades, impressões e histórias.
Aguardem então notícias nossas...Até breve!
Bea e Salomé